A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu, até 2030, a erradicação do câncer do colo de útero como meta. Isso só é possível porque a doença tem cura na maioria dos casos, caso as estratégias de prevenção sejam seguidas. Só que a realidade é bem diferente e, só no Brasil, são registrados 7 mil óbitos anuais.
O câncer de colo do útero é uma das neoplasias mais comuns entre as mulheres e costuma ser desencadeado por uma infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV. Quanto mais cedo a detecção do câncer ou das lesões pré-cancerosas do câncer de colo, maiores são as chances de cura. Os tumores de colo de útero somam 16 mil diagnósticos, com 7 mil óbitos registrados.
Se nenhuma ação for realizada nesse período, os novos casos devem aumentar até 700 mil no mundo todo, com mortes saltando de 311 mil para 400 mil ao redor do globo. É um problema de saúde pública mundial, por isso a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma campanha para tentar erradicar a doença do mundo até 2030. A meta só é possível porque o câncer de colo do útero é curável na maioria dos casos , caso as estratégias de prevenção sejam seguidas.
O QUE É O CÂNCER DE COLO UTERINO?
O tumor nasce pelas lesões causadas pelo HPV, transmitido principalmente por relações sexuais. O vírus é extremamente comum na população e, na maioria dos casos, não causa nenhum problema grave e some espontaneamente, com o combate do próprio organismo. Contudo, alguns casos que podem ficar crônicos e evoluírem para lesões mais graves.
O HPV constuma ser adquirido na adolescência, mas o câncer na maioria dos casos surge apenas após os 30 anos, pois o HPV precisar causar uma infecção crônica por vários anos até desenvolver a lesão pré-cancerosa e após evoluir para o câncer de colo do útero.
Estima-se que 85% das pacientes terão infecção pelo HPV durante a vida se não usarem camisinha e nem fizerem a vacina contra o HPV. Felizmente, a grande maioria das infecçãoes é transitória e dura menos de 2 anos. Por isso, não há indicação de coletar o citopatológico em adolescentes, onde a infecção pelo HPV é altamente prevalente e o câncer de colo é uma exceção.
COMO PREVENIR O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO?
Uma das estratégias de prevenção é realizar o exame preventivo, conhecido como exame de Papanicolau, disponível na rede pública de saúde e que irá determinar se há lesões pré-cancerosasou cancerosas do colo do útero provocadas por HPV. Toda mulher, a partir dos 25 anos, se não for imunodeprimida, deve realizá-lo a cada três anos, caso os últimos dois exames sejam negativos para malignidade. Com isso, consegue-se impedir o desenvolvimento do tumor na maioria dos casos.
Outra importante medida preventiva é a vacinação do HPV ainda na adolescência, entre os 9 a 14 anos (meninas) e 11 a 14 anos (meninos). A vacina consiste na aplicação de 2 doses com 6 meses de intervalo entre elas. Ela está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), mas a cobertura está baixa, em 40%. A OMS calcula que o HPV pode ser erradicado se alguns objetivos forem alcançados, entre eles, vacinar 90% das meninas com menos de 15 anos e rastrear o HPV em até 70% das mulheres com câncer ou lesões precursoras. A vacina tem maior eficácia se for aplicada antes dos 14 anos , e principalmente, antes da iniciação sexual. Após os 14 anos, a vacina ao invés de 2 doses, precisa ser feita com 3 doses, e é necessário fazer em clínicas privadas, pois após os 14 anos ela não está mais disponível na rede pública. A vacina do HPV pode prevenir até 90% das vererugas anogenitais e 70% do câncer do colo uterino.
A terceira medida preventiva é o uso sistemático da camisinha em todas as relações sexuais para evitar o contágio com o HPV.
Quais os principais sintomas?
A maioria dos casos não apresenta sintomas quando em estádio inicial. Os principais sinais em doenças não inicial consistem em sangramento após relação sexual, dor abdominal relacionada a problemas urinários ou intestinais e secreções vaginais anormais.
Sempre consulte o ginecologista e faça os exames preventivos para uma boa saúde!